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    No MIS, um mês inteiro dedicado à fotografia

    Mostra ocupa todos os espaços do museu e traz obras do checo Koudelka e dos brasileiros Valdir Cruz e Robério Braga

    30 de abril de 2014 | 23h 42

     

    Flavia Guerra - O Estado de S. Paulo

    Depois de bater recorde de público com as mostras David Bowie e Stanley Kubrick, que juntas receberam mais de 160 mil pessoas nos últimos seis meses, o Museu da Imagem e do Som inaugura sua nova exposição: Maio Fotografia no MIS 2014.

    A mostra totalmente dedicada à imagem já ocupa tradicionalmente todos os espaços da instituição em maio. Desta vez, serão ao todo sete exibições. Duas delas trazem obras de artistas internacionais: Gregory Crewdson (Estados Unidos) e do checo Josef Koudelka. Entre os brasileiros, estão os fotógrafos Valdir Cruz, com a série Guarapuava, e Robério Braga, que apresenta Luz Negra. "Sabemos que depois de eventos tão pops como Bowie e Kubrick é um desafio trazer o mesmo número de visitantes ao MIS, neste mês. Mas a qualidade desta nova programação é incrível. E este é o papel de um museu. Alternar atrações mais populares com outras que formam o olhar do público", declarou André Sturm, diretor executivo do MIS. "Com as duas atrações anteriores trouxemos para o MIS pessoas que nunca tinham vindo ao museu. Até mesmo as que nem sequer têm o hábito de vir à instituição. E que acabam virando frequentadores. Isso é muito bom", concluiu Sturm.

    O diretor e curador destaca a variedade das temáticas abordadas pelos artistas escolhidos e ressalta os eventos paralelos, que têm sido uma marca de sucesso do museu. Haverá, entre outros, uma palestra com a curadora de fotografia do Museum of Fine Arts (Houston), Anne Tucker

    Abrindo o mês, hoje, às 17 h, serão exibidos três documentários de Josef Koudelka: Invasion, Gypsies e Chaos. Após a sessão, o fotógrafo participa de um bate-papo com o público, no Auditório LABMIS, com entrada gratuita, basta retirar ingresso uma hora antes do início da sessão.

    Koudelka ganhou fama mundial ao documentar a invasão de Praga em 1968, retratando os dias dramáticos, que se tornaram símbolo da luta pela liberdade. Em 2008, quando a data completou 40 anos, organizou um livro e a exposição Invasão Praga 68. É este trabalho que chega agora ao MIS. "É uma ótima chance de conhecer melhor a produção e o pensamento de um dos grandes fotógrafos da atualidade", ressaltou Sturm, que decidiu trazer a obra de Koudelka durante uma viagem a Alles, na França.

    "Há dois anos, neste que é um dos maiores eventos de fotografia do mundo, vi o trabalho que ele realizou com os ciganos. Eu já conhecia sua obra, mas nunca tinha observado sua obra com mais afinco. Foi então que pensei que é perfeita para o momento por que passamos. Ele é o fotógrafo que registrou a Primavera das Primaveras", comentou o diretor executivo. "Estávamos vivendo a Primavera Árabe, a Primavera Turca, Líbia, no Brasil, era mais que necessário fazer uma mostra sobre a Primavera de Praga. E mostrar às pessoas o que foi este movimento tão importante", contou ainda.

    É o olhar de Josef Koudelka sobre a realidade que se comunica com a obra dos demais fotógrafos escolhidos. "Valorizamos uma mostra que mira o real, retratado em um momento único. O Valdir fotografa pessoas em ambientes reais. O Robério traz uma sofisticação de linguagem e luz impressionantes. Faltava uma exposição que causasse mais impacto em fotos maiores e aí conheci o trabalho do Crewdson (Por Baixo das Rosas). É como se ele flagrasse um instante, que, apesar de produzido, é muito realista", acrescentou Sturm.

     

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    CINEMA - DOCUMENTÁRIO

     

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    LIVRO

 
 

Da Revista BULA  (Sempre surpreendente)

40 FRASES IMPAGÁVEIS DO BARÃO DE ITARARÉ

Um grande humorista ganhou uma biografia alentada, “Entre Sem Bater — A Vida de Apparício Torelly, o Barão de Itararé” (Casa da Palavra, 480 páginas), de Cláudio Figueiredo. Criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e intelectuais

Ele não era barão, é claro. Mas deu-se o título de nobre e nobre se tornou. O primeiro nobre do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando pobre come frango, um dos dois está doente”. Ele é um dos inventores do contra-politicamente correto.

 

Há muito que o gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (1895-1971) merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro Konder lançou “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72 páginas). O texto de Konder é muito bom, mas, como é uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma espécie de Karl Kraus menos filosófico mas igualmente cáustico.

Quatro anos depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão de Itararé — Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas). É ótimo, como o livrinho de Konder, mas lacunar. No final, há uma coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia: “O uísque é uma cachaça metida a besta”.

 

O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.

A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.

Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.

Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.

O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.

Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.

De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

Quem empresta, adeus.

Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.

Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Precisa-se de uma boa datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.

O fígado faz muito mal à bebida.

O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.

A alma humana, como os bolsos da batina de padre, tem mistérios insondáveis.

Eu Cavo, Tu Cavas, Ele Cava, Nós Cavamos, Vós Cavais, Eles Cavam. Não é bonito, nem rima, mas é profundo…

Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.

Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!

Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…

Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.

As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.

Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.

Quem não muda de caminho é trem.

A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.