Notícias

Espanhois preocupados com os culhões do leão.

29/06/2014 16:41

Coisa de louco essa, então resolvi guardar a notícia aqui no  meu blog.

 

El Gobierno rechaza la propuesta de añadir testículos a uno de los leones del Congreso

El Ejecutivo sostiene que completar la obra podría ocasionar "efectos dañinos" en la escultura original

La propuesta partió del Canal de Historia, que asegura que no existe razón artística, histórica o biológica para que uno de los leones no tenga saco escrotal

29/06/2014 - 11:42h

El Gobierno ha rechazado la propuesta de dotar de testículos a uno de los leones de bronce que guardan la puerta principal del Congreso de los Diputados porque considera que completar esa obra podría ocasionar "efectos dañinos" sobre la escultura original.

En agosto de 2012, el Canal de Historia investigó las razones de la 'tara' de unos de los dos felinos de bronce que custodian el Palacio del Congreso, llegando a la conclusión de que no existía razón artística, histórica, biológica o de cualquier otro tipo que justifique la ausencia de ese elemento.

La directora del citado canal de televisión , Carolina Godayol, se dirigió entonces a la Comisión de Peticiones del Congreso ofreciéndose a colocar de manera gratuita el saco escrotal a Daoíz, el león afectado, y completar así la obra, cuyo autor es el escultor Ponciano Ponzano.

Un "defecto de origen"

La citada comisión parlamentaria puso el asunto en manos del Ministerio de la Presidencia y éste, a su vez, en las de Educación y Cultura, y ha sido el departamento que dirige José Ignacio Wert el que ha contestado recientemente a la autora de la mencionada solicitud.

En su respuesta, a la que ha tenido acceso Europa Press, el Ejecutivo explica que en los años 50 el león 'castrado', que se colocó en la fachada del Congreso en 1872, ya se encontraba en el estado actual, según las imágenes que se encuentran en la Fototeca de Patrimonio Histórico.

Por lo que, según el Gobierno, "muy posiblemente" se trate de "un defecto de origen", ocasionado en la propia fundición de la escultura al proceder a extraerla del molde, un trabajo que corrió a cargo de la Real Fundición de Bronces de Sevilla, que fue la encargada de transformar el metal que procedía de los cañones arrebatados al enemigo en la batalla de Wad-Ras en la guerra de África.

El texto oficial añade que los leones, que fueron restaurados en 1985, forman parte del Bien de Interés Cultural desde 1977, por lo que les es de aplicación la Ley de Patrimonio Histórico Español a efectos de su protección y conservación.

Las razones para mantener sin testículos al león

La citada norma establece que los bienes integrantes del Patrimonio Histórico Español deben ser conservados, mantenidos y custodiados por sus propietarios, por lo que es el Congreso la institución que debe promover cualquier iniciativa al respecto.

En todo caso, el Gobierno remarca que los criterios de conservación actuales "desaconsejan", con carácter general, la acción de completar piezas escultóricas que han perdido su integridad porque, en primer lugar, en la mayoría de los casos "no existen indicios suficientes" de la morfología exacta del original y, en segundo, porque las "pérdidas" suponen una parte de la historia de la pieza "que se oculta con la reintegración".

Pero, además, el Ministerio que dirige José Ignacio Wert defiende que la inclusión en la obra de un material distinto puede ocasionar "efectos dañinos" para el original. "Esto es especialmente grave en el caso de esculturas metálicas, ya que la diversa composición de las partes puede ocasionar el efecto de pila galvánica, con el consiguiente deterioro por corrosión", precisa.

Pese al rechazo de la solicitud del Canal de Historia, el Gobierno agradece la iniciativa "por su carácter desinteresado" y "afán enciclopedista", y por cuanto supone de "apoyo" a las instituciones. "No en vano —concluye—, los leones de las Cortes son el símbolo de nuestras más preciada institución democrática y preocuparse por los símbolos que mejor nos representan es una forma de trabajar por y para la democracia".

 

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Direto ao Ponto

22/06/2014 07:37

           15/06/2014 às 18:14 \ Direto ao Ponto - Augusto Nunes

 

Quatro momentos de Lula provam que um grosseirão sem cura agora se fantasia de doutor honoris causa em boas maneiras

 

Aconselhado pelo medo de vaia a manter distância do estádio bilionário que concebeu em parceria com a Odebrecht, Lula acompanhou pela TV a goleada sonora imposta a Dilma Rousseff, durante o jogo contra a Croácia, por milhares de brasileiros que cantaram o Hino Nacional a capela e festejaram a vitória da Seleção. O padrinho só entrou em combate quando a afilhada já batera em retirada.

“Eu vi uma parte da manifestação contra a presidenta Dilma e eu fiquei pensando que não é nem dinheiro nem escola nem títulos de doutor que dão educação para as pessoas”, começou a aula de farisaísmo eleitoreiro. “Educação se recebe dentro de casa. Eu nunca tive coragem de faltar com respeito a um presidente da República”.

Conversa de 171. Em 1987, por exemplo, num comício em Aracaju, Lula qualificou o então presidente José Sarney de “o maior  ladrão da Nova República”. Não esperou que Fernando Collor deixasse o Planalto para acusá-lo de “assaltante”. E seu vocabulário não passaria de 300 palavras se fossem suprimidos os termos que usa de meio em meio minuto quando está longe do microfone.

No ótimo Viagens com o Presidente, os jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa relatam episódios que testemunharam e histórias que colheram durante os quatro anos em que, a serviço da Folha e do Estadão, seguiram os passos do chefe de governo. Confira quatro momentos pescados no oceano de patifarias verbais. Diferentemente do livro, que expõe com crueza o estilo do grosseirão sem cura, asteriscos fazem o papel de vogais e consoantes nos palavrões cuja publicação é vetada pelas normas do site de VEJA:

INSULTANDO VIZINHOS
O fato se dá em Tóquio, no Japão, no final de maio de 2005. Uma dose caprichada de uísque com gelo e, antes mesmo do inicio do jantar, Lula manda servir o segundo, o terceiro e o quarto copos. Visivelmente alterado:

— Tem horas, meus caros, que eu tenho vontade de mandar o Kirchner para a p*** que o pariu. É verdade. Eu tenho mesmo – afirma, aos gritos. — A verdade é que nós temos que ter saco para aturar a Argentina. E o Jorge Battle, do Uruguai? Aquele lá não é uruguaio po*** nenhuma. Foi criado nos Estados Unidos. É filhote dos americanos. O Chile é uma m****. O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se fo** por aqui. Eles estão cag***do para nós. (págs 270 e 271)

INSULTANDO COMPANHEIRAS
Numa audiência com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, na época em que o governo começa a discutir a transposição de parte das águas do São Francisco, o Presidente ouve opiniões contrárias dela e dos técnicos:

— Marina, essa coisa de Meio Ambiente é igual a um exame de prostata. Não dá para ficar virgem toda a vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no ** da gente. Companheira, se é para enfiar, é melhor enfiar logo. (Pág 71).

INSULTANDO MINISTROS

Antes de uma cerimônia no palácio, Lula se aproxima do assessor para assuntos internacionais, o professor Marco Aurelio Garcia, e diz:

— Marco Aurélio, eu já mandei você tomar no ** hoje?

O professor sorri. (Pág. 71).

INSULTANDO ASSESSORES
Na suíte do hotel, recebe das mãos de assessores discurso sobre combate mundial à fome. Diante do ministro Celso Amorim e dos auxiliares do Planalto e do Itamaraty, folheia rapidamente a papelada e arremessa a metros de distância:

— Enfiem no ** esse discurso, c****ho. Não é isso que eu quero, po***. Eu não vou ler essa m****. Vai todo mundo tomar no** Mudem isso, rápido. (Pág. 249). 

Esses exemplos bastam para exibir a nudez do reizinho. Inquieto com as rachaduras no poste que instalou no Planalto, o presidente honorário do grande clube dos cafajestes tenta impedir o desabamento fantasiado de doutor honoris causa em boas maneiras. Haja cinismo.

A história obscura do Dia das Mães

11/05/2014 11:51

A origem da data não tem nada a ver com flores, presentes e bombons - pelo contrário.

Luciana Galastri 

Revista Galileu - Maio.14

A origem da data não tem nada a ver com flores, presentes e bombons pelo contrário, o Dia das Mães chega com abraços, flores, chocolates, presentes e almoços deliciosos. Mas poucos sabem que a história da data tem seu lado sombrio. E não, não estamos falando (só) do apelo capitalista “para vender presentes”.

Apesar de Getúlio Vargas só ter oficializado o dia das mães como um feriado no segundo domingo de maio em 1932, pode-se dizer que o processo para o estabelecimento da data começou em 1850 nos EUA, quando uma mulher chamada  Ann Reeves Jarvis fundou clubes de trabalho que funcionavam nos chamados “Dia das mães”. A ideia era que as mulheres trabalhassem para melhorar condições sanitárias e diminuíssem a mortalidade infantil. Os mesmos grupos também cuidaram de soldados feridos da Guerra Civil.

Nos anos seguintes, Jarvis passou a organizar piqueniques em “Dias das Mães” para encorajar mais mulheres a participarem na política e promover a paz. Mas foi sua filha, Anna Jarvis, que estabeleceu a data como ela é hoje.

Anna nunca teve filhos, mas a morte de sua mãe, em 1905, a inspirou a organizar “Dias das Mães” em homenagem a elas. O Dia das Mães deveria ser uma data na qual filhos devem vistiar suas mães e passar o dia com elas, agradecendo pelos esforços que elas fizeram em sua criação. Mas, apesar de algumas cidades adotarem o feriado no segundo domingo de maio, logo os esforços de Jarvis acabaram pendendo para o lado comercial da data, através dos presentes - coisa que Anna considerou uma grande falha.

Quando lojas começaram a encorajar a compra de flores e cartões e Anna percebeu seus propósitos capitalistas, ela passou a organizar boicotes e protestos - tudo para devolver à data o seu propósito original. Em 1923, ela e seus seguidores invadiram uma confecção na Filadélfia. Ela continuou protestando até 1940 - e em 1948, morreu em um sanatório.

Hoje, contrariando os desejos de Jarvis, a data é motivo de alegria não só para mães e filhos como para restaurantes e para o comércio. Pesquisas já indicam que o brasileiro pretende gastar mais dinheiro com o presente das mães deste ano do que em 2013.

‘Eu nunca tinha atirado em ninguém, mas atirei de susto’

13/04/2014 11:33

Depois de participar de dois latrocínios no mesmo dia, e de três fugas, Flávio Machado passa quase toda a vida adulta na prisão

13 de abril de 2014 | 3h 00

Notícia

 

O Estado de S.Paulo

 

Flávio Machado, 59 anos

O que fez: matou um homem e participou de assalto que resultou em outra morte
Idade ao cometer latrocínio: 22 anos
Pena total: 50 anos (48 por dois latrocínios e furto e 2 por ter fugido)
O que o fez ir para o crime: desejo de comprar casa
O que o teria evitado: ouvir os conselhos do pai

Estudei até o 4.° ano primário. Com 19 anos, me amasiei. Fiz um concurso em empresa de carro-forte. Passei em todos os exames. Fiz academia de polícia na Cidade Universitária. Consegui emprego. Trabalhei 10 meses.

Eu queria pegar um dinheiro que pudesse ajeitar minha vida. Minha mulher estava grávida. Queria comprar uma casinha, não pagar aluguel. Meu plano era continuar trabalhando. Sem experiência nenhuma, eu pensava que, pegando o dinheiro, continuava minha vida normal, mudava de bairro e ia viver tranquilo. Estava trabalhando quando em 1977 entrei nessa vida do crime devido a não ter ouvido os conselhos que meu pai me dava. Entrei em companhias erradas. Eu tinha 22 anos. Ouvi outras pessoas e entrei de gaiato. Não era pra ter entrado nessa vida. Foi de tanto ficarem me procurando que acabei indo. Me procuravam porque eu tinha armas e emprestei para eles. Furtei essas armas na casa de um sargento reformado do Exército.

Quinze dias depois, foi um assalto a um mercado. Estava eu e mais os três que me convidaram pra fazer isso. Disseram que tinha 60 milhões, e tal. Eu nunca tinha atirado em ninguém. Mas atirei de susto. Na hora que os guardas vieram tirar a corrente o comerciante saiu, foi pegar uma coisa. Achei que ele fosse pegar uma arma na gaveta, e atirei. fomos ver e tinha uma arma. Os caras que tavam comigo pegou a arma e levou embora.

Eu sempre falava pros caras: "Esse negócio aí de assaltar pode dar desacerto. Se a vítima reage, você vai tentar se defender, vai atirar." Eles: "Não, não vai acontecer nada, a gente não vai precisar matar ninguém não, vai dar tudo certo".

No mesmo dia, depois desse primeiro assalto, (a gente) fez outro, que já tava complicado mesmo. Foi numa casa de câmbio. Aí, a mesma coisa. O pessoal esboçou reação e o outro que estava junto atirou. Eu estava junto, pego o mesmo tempo de cadeia que o outro pega.

Eu não era pra ter entrado nessa situação. Depois que entrou, sujou tudo.

Mas tentei me recuperar lá fora mesmo, antes de ser preso. Não adianta. Era tarde. Uma hora eles iam me pegar. Me afastei dos caras. Fiquei com bronca de todos eles. Fugia deles. Não queria saber mais de conversa com aqueles caras. Até que fiquei sabendo que a polícia matou os três, na hora da prisão. Deve ter sido troca de tiros. Só faltava eu. Eu sabia que uma hora ia ser pego. Estava desesperado. Pelo empenho que eles fizeram para pegar eu, a impressão que eles tinham era que eu ia reagir. Eu não reagi na hora que a polícia chegou.

Fui preso 6 meses depois de cometer o crime. Fui encontrado pela polícia numa casa para onde mudei, próxima da outra, com medo de ser preso. A polícia investigou, perguntou para um e para outro, até descobrir onde eu estava. Quando eram 2 horas da madrugada, a Rota entrou. Arrebentou a porta. Não deu tempo de fazer nada. Eu tinha dois filhos, um de dois anos e uma de um ano. Revistaram minha mulher. Ela não sabia de nada. Meu filho e minha mulher começaram a chorar.

Logo que cometi essas coisas, parei de trabalhar, com medo de ser pego. Depois que fiz os dois delitos, fiquei com tanto medo que vivia correndo de lá pra cá, mudando de um lugar pro outro. Não fui mais trabalhar. Minha vida desandou. Quando cometi, achei que errei gravemente e vivia sempre fugindo. Pegamos um pouco de dinheiro. Fui gastando, gastando. Não comprei a casa que eu queria, por causa do medo. Fiquei sabendo das mortes. Os roubos normalmente não levam a prisão. É mais o latrocínio, sequestro. A polícia se empenha mais até pegar.

Fui condenado a 48 anos de cadeia. Fui para a Cadeia Pública de Guarulhos, de lá para o antigo Presídio do Hipódromo e depois para o Carandiru, onde fiquei 10 anos. Eu trabalhava de motorista numa firma de segurança. Fiz treinamento com armas, defesa pessoal. Não precisava. Mas de repente entrei e cometi. Depois de 10 anos que eu estava no Carandiru, tive o benefício de sair no regime semiaberto. Fui para o Instituto Penal Agrícola de Bauru. Fiquei mais ou menos 6 meses dentro do Agrícola, depois me passaram para trabalhar na firma na rua. Trabalhei mais ou menos um ano. Depois lá tava havendo muita pressão entre os presos, muita confusão, e eu via que cada dia as coisas iam piorando, que a qualquer hora poderia acontecer alguma coisa comigo. Pressão entre os presos, que acham que a gente é alcaguete, informante, porque sempre me comportei de forma diferente da malandragem. Convivia com eles mas não queria ser igual a eles. O pessoal só vivia no crime. Só fala nisso. Eu sou diferente. Não falo gírias de cadeia. Aí a situação vai piorando a cada dia que passa.

E lá, quando acontece alguma coisa com o preso, ele vai diretamente pro fechado. Então depois de um ano, e de ter ido várias vezes na rua e voltado, trabalhando na firma, é que eu resolvi abandonar no semiaberto, em 1987. Fui trabalhar num sítio em Lauzane Paulista. Fiquei lá dois anos. Seu eu ficasse ali, não ia acontecer nada. Mas comprei um Opala velho e comecei a fazer comprinhas. Saía e retornava pro sítio. E numa dessas vezes, voltando, passa um comando, parou, pediu documentação. Cadê a carta, o documento? Tinha o documento do carro, mas o restante eu deixava tudo em casa. Fizeram averiguação e constataram que eu tinha abandonado o semiaberto. Depois de dois anos trabalhando sem me envolver com nada. Entrei primário na cadeia e lá aprendi tudo. Mas não nasci pra vida do crime. Se não, tinha saído diplomado, malandro. Sempre trabalhei nas cadeias, nas copas e cozinhas. Sempre com respeito pelos funcionários e presos.

Voltei pra Casa de Detenção, o Carandiru. Ali fiquei mais uns bons quatro anos. Com bom comportamento trabalhando na copa, na cozinha, consegui novamente o semiaberto pela segunda vez. Fui para Ataliba Nogueira, em Hortolândia. Fiquei mais um ano ali. Trabalhava no Ceasa de Campinas. Devido à pressão, acabei abandonando. Eu sentia que estava sendo ameaçado. Nessas conversas escondidas entre os presos. Vira e mexe acontecia alguma coisa lá, blitz, achavam que alguém alcaguetou. Foi se apertando. Eu achava que uma hora, em uma saída na rua, podia acontecer alguma coisa comigo. Tem cinco saídas por ano no semiaberto: Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, Finados, Natal e Ano Novo, que são 11 dias emendados. Então, saí. Fiquei trabalhando em outro sítio. Me casei e junto com minha mulher fui trabalhar. Fiquei lá seis anos. E era bem querido pelos patrões. Até hoje se procurar saber, fui um bom empregado. Não falei que tinha estado preso. Se falasse, eles não tinham me dado emprego. Eles falaram isso pra mim depois que foi descoberto: "Mas independente de tudo que você fez no passado, eu agora te aceitaria de volta, porque a gente sabe a personalidade que você é. Mas, de cara, não daria". Me ajudaram. Foram até me visitar no regime fechado.

Comprei um carro. Um dia, tinha viatura, que me deu uma paradinha só pra averiguar. Pediram os documentos e de novo aconteceu a mesma coisa.

Agora pela terceira vez abandonei o semiaberto, trabalhei dois anos e fui pego novamente. Fiquei um total de 10 anos trabalhando na rua: a primeira vez, dois anos, a segunda, seis anos, e a terceira, dois anos. A polícia me pegou sempre trabalhando e sempre os meus patrões tentaram me ajudar.

Agora aqui (penitenciária), eu estava trabalhando na cozinha, e devido a um probleminha que teve na troca dos funcionários me colocaram pra trabalhar na jardinagem, pra roçar, fazer plantação, e assim estou trabalhando, sempre com respeito por todos.

Tem gente que sai pra liberdade e comete delitos até piores. Não sei como pode existir pessoas assim. Eu abandonei o semiaberto três vezes, mas não foi pra cometer crime. Foi pra trabalhar. Vou fazer 60 anos. Entrei na cadeia com 22. Não nasci pra vida do crime. Foi uma coincidência. Meu pai me deu educação. Me arrependi muito. No Carandiru, sofri toda espécie de humilhação e decepção que um ser humano pode sofrer. Só tô livre porque Deus me permitiu.

Quando cheguei no Carandiru, fui para o Pavilhão 9, de primário. Naquele tempo, existia toda espécie de coisa: estupro, não tinha visita íntima. Não cheguei a esse ponto de acontecer comigo. Mas aconteceu com um monte de rapazes. E ser morto também. Vi tantas mortes lá. A prisão era o último lugar onde um homem pode chegar.

Estava no massacre dia 2/10/1992. Era carrinheiro da cozinha geral do Pavilhão 6. Houve uma briga no campo do Pavilhão 9 e por volta das 4 da tarde era hora de recolher todos os presos. No 3.o andar, os que fizeram a briga no campo entraram em choque. Formava-se família zona norte e zona sul, e eles usavam estiletes e facas. Um começou a furar o outro. E um funcionário subiu pra fazer a contagem. Quando deparou com aquele cena, se assustou, largou a caixinha de contagem e desceu com tudo pelas escadas, porque o elevador estava quebrado. Lá embaixo, comunicou que estavam reunido e matando lá. Foi uma briga entre eles e não rebelião. O Pavilhão 9 esvaziou (de funcionários). Foram tirados todos de lá. Por volta de 6 da tarde entraram.

Quando cheguei na Casa de Detenção, tinha 9 mil presos. Quando aconteceu isso, estava com 7.600 presos. No Pavilhão 9, tinha 1.200.

Passaram a noite todinha atirando. Os presos todos soltos. 111 foram só o que as famílias reconheceram. Na verdade, foram mais de 400. Fui obrigado a carregar os corpos.

Fui condenado a 48 de cadeia e 2 de medida de segurança. Antes de ir para o semiaberto, fiquei à disposição do COC (Centro de Observação Criminológica) durante seis meses. Trancado numa cela, a cada dois dias era chamado pra fazer um exame, responder perguntas. Foi cessada minha periculosidade e com a graça de Deus consegui pela primeira vez ir para o semiaberto. Todas as vezes foi a mesma coisa. A pena estava em 43 anos. Estou cumprindo, tirando os 10 anos (de fuga), 26 anos. Ouvi falar que a pessoa, tirando um ano de castigo, pode requerer novamente o benefício. Tenho direito ao condicional, a todo tipo de benefício. Só que tenho que pagar o castigo, porque voltei há pouco tempo, 7 meses (depois da recaptura). Meu advogado é do Estado.

Meu patrão colocou o filho dele, que é advogado criminalista, que veio me visitar uma vez. Ele falou: "Não posso fazer nada por você no momento. Você foi capturado, tem que pagar o castigo de um ano. Depois de um ano, posso pedir a sua condicional". Mas depois disso, não voltou mais.

Meu plano, quando sair daqui, é voltar a trabalhar no mesmo serviço de caseiro em sítio.

Tenho três filhos. Um filho entrou no vício do crack e passou a ficar devendo. No dia 28 de agosto de 1998, numa emboscada, deram dois tiros nele. Meu filho se foi. Até hoje ninguém foi preso. Ele tinha 19 anos. Tenho outro filho, de 32 anos, que está com 4 filhos. É pobre, mas é digno, trabalhador. Minha filha de 36 anos também. Trabalha dia sim dia não de guarda à noite na prefeitura.

Eles não me visitam. O rapaz não gosta de mim porque quando eu estava preso mandei que a mãe dele doasse ele. Ele acredita na mãe dele, não na minha versão: eu achava que o filho não era meu. Ela disse que era, que ia no Ratinho provar, mas nunca provou, até hoje. Mas tudo leva a crer que é, sim, porque ele é a minha cara. Mas na verdade eu queria ver a prova. Porque eu estava preso e não tinha visita íntima. Nós só se encostava, namorava, se relava. E ela acha que pode passar o sêmen do homem através da roupa. Mas eu não acredito nessa versão.

O que evita que as pessoas entrem no crime é uma boa educação familiar, que os pais sempre estejam verificando a situação dos seus filhos.

Tive que mudar meu filho três vezes de escola porque queriam que ele fumasse maconha. Chamavam-no de nomes, achavam ruim porque ele não participava. No fim, acabei tirando da escola. Trouxe ele para trabalhar comigo no sítio. Ele não quis saber de trabalhar em sítio. Quis ficar com a mãe dele. Eu estava evadido. Não podia buscar ajuda. Às vezes, levava ele no pronto-socorro, mas tinha medo de ser pego. Três dias depois, mataram ele.

As escolas tinham que mudar, ter mais disciplina, ser mais rigoroso, não deixar essas crianças. Mas isso vem dos pais, da criação.

Vivi pouco tempo com minha mãe. Quando eu tinha 9 anos, meu pai se separou dela, e ela ficou lá em Ibirama, Santa Catarina, onde morávamos. Meu pai veio para São Paulo, trabalhar em uma empresa na Parada Inglesa. Arrumou outra mulher e vivi com madrasta. Não fiquei com minha mãe porque ela me disse: "Mamãe não sabe para onde vai. Não sei o que me espera. Se eu for para casa, seu pai vai me bater. Fique aí, que depois venho buscar vocês". Foram as últimas palavras que ouvi dela. Passaram muitos anos. Realmente ela veio, quando eu tinha 17 anos. Mas não conseguiu pegar os filhos. Meu pai não deixou. É difícil ser criado por uma pessoa que não dá o mesmo carinho que a mãe dava.

Fiquei seis meses à disposição da equipe de psiquiatria no Centro de Observação Criminológica. Mas isso foi depois do crime. Antes, não tinha conhecimento dessas coisas.

Queria que todos tivessem consciência de que o principal é a educação. Fiz até o 4.º ano porque meu pai não me deixou estudar mais. Tive que ir trabalhar. No Instituto Penal Agrícola de Bauru, fiz o supletivo do 1.º grau e 2.º grau incompleto, devido a ter saído.

Se eu pudesse voltar tudo de novo, eu não faria isso (o crime). A cadeia não regenera. A cadeia é como uma escola do crime, onde se aprendem todas as coisas. Eu não nasci para esse tipo de coisa.

 

A solidariedade, gesto nobre, se encontra até nos ratos.

12/04/2014 10:14

PT avisa a Vargas que ele não vai ser expulso

MARINA DIAS
GUSTAVO URIBE
DE SÃO PAULO

12/04/2014 03h44

Em uma tentativa de tranquilizar o deputado André Vargas (PT-PR), acusado de ter ligações com o doleiro Alberto Youssef, lideranças do PT reuniram-se anteontem com o parlamentar para informá-lo de que, por enquanto, não há risco dele ser expulso do partido.

Eles também o orientaram a se concentrar na elaboração de sua defesa no Conselho de Ética da Câmara, que instaurou processo disciplinar contra ele na quarta-feira. Os encontros ocorreram anteontem em um restaurante, em um bairro nobre da capital paulista.

O secretário nacional de Organização do PT, Florisvaldo Souza, foi uma das lideranças que se reuniram com o petista. A conversa informal ocorreu horas depois do encontro da Executiva Nacional do PT, que definiu o petista como um dos membros de uma comissão que ouvirá André Vargas na segunda-feira antes de instaurar uma comissão de ética para avaliar as denúncias.

Segundo a Folha apurou, o dirigente petista disse a Vargas que ele deve ser advertido ou, no máximo, suspenso por algum período por decisão da comissão de ética do PT, mas não será expulso. Souza deixou claro, no entanto, que, se houver novas denúncias, o partido terá que reavaliar o cenário.

 

Souza informou ainda a intenção da comissão nomeada pela executiva do partido em ouvi-lo. O encontro do grupo com o deputado federal seria realizado ontem, mas foi adiado para segunda-feira em uma tentativa de dar tempo ao petista para preparar sua defesa.

Oficialmente, apesar do encontro entre Souza e Vargas, a comissão informou que a oitiva não ocorreu porque o parlamentar não foi encontrado. Souza é paranaense como Vargas e amigo de longa data do deputado federal.

DEFESA

Horas após conversar com Souza, o deputado se encontrou no mesmo restaurante com o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), com quem discutiu a defesa que irá apresentar à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.

O objetivo do deputado é preparar uma espécie de memorial de defesa, no qual tentará rebater, ponto a ponto, cada denúncia contra ele.

Segundo relatos de petistas, Vargas está preocupado e reconhece que foi imprudente ao ter pego carona no jato fretado pelo doleiro.

Diálogos entre Vargas e Youssef indicam que ambos teriam se associado para obter contrato de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde em favor da Labogen, um laboratório de pequeno porte.

NOTÍCIAS DA COPA

07/04/2014 16:03

 

Blog do Juca Kfouri

UOL

 

O negocião do Mineirão

Juca Kfouri

07/04/2014 15:17

POR LEONARDO DUPIN*

No ano passado publiquei neste blog um texto sobre o repasse de dinheiro público pelo governo de Minas ao consórcio Minas Arena.

“A concessionária Minas Arena terá direito de operar o Mineirão por 25 anos. Para isso investiu R$ 654,5 milhões, dos quais recolheu do BNDES R$ 400 milhões. Nesse período, a empresa terá um retorno assegurado (em parcelas fixas e variáveis), conforme seu desempenho financeiro. Por exemplo, se o negócio não render lucro e a empresa tiver prejuízo, o governo repassaria ao consórcio um valor mensal que pode chegar até R$ 3,7 milhões por mês. O contrato assinado estabelece uma faixa de garantia: se o negócio render até R$ 2,59 milhões por mês, o governo completa a diferença entre R$ 3,7 milhões e R$ 2,59 milhões. (…) o contrato assinado impossibilita a chance de prejuízo para a empresa, o mesmo não acontecendo com os cofres públicos. Ainda que o estádio fique fechado durante esses 25 anos, o faturamento do consórcio nesse período vai passar de R$1,1 bilhão”.

Um ano depois, de acordo com matéria do jornal “O Tempo”, as previsões se confirmam:

“Em 2013, por força de um contrato firmado entre o governo mineiro e a Minas Arena, o Executivo repassou à companhia R$ 44,4 milhões apenas para garantir o lucro mínimo de R$ 3,7 milhões mensais à empresa. A obrigatoriedade de assegurar o lucro da parceira é contratual. O repasse equivale a cerca de R$ 700 por assento do estádio – são ao todo 64 mil. A empresa registrou prejuízos em todos os 12 meses de 2013.”

E o dinheiro público, repassado às empresas que compõem a Minas Arena (Egesa, Construcap e Hap Engenharia), depois irriga a campanha do Lacerda (PSB) e dos Tucanos mineiros. Aliás, um bom dado para ser atualizado nesse ano de eleição.

Resta saber, onde está o Ministério Público mineiro?

*Leonardo Dupin é jornalista e Doutorando em Ciências Sociais pela Unicamp.

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Impasse em Itaquera preocupa as agências internacionais

Juca Kfouri

 

 

04/04/2014 15:42

As grandes agências noticiosas mundiais como a Reuters, Getty Images, Associated Press e DPA, têm manifestado preocupação com a não solução para o caso das estruturas provisórias do estádio da abertura da Copa do Mundo.

Elas pagaram por serviços que, nestas alturas, não têm garantia de entrega.

Pressionada, a Fifa passou esta sexta-feira tendo que explicar para outras sedes da Copa do Mundo por que está na iminência de arcar com os custos necessários para evitar o caos em Itaquera, convencida de que ou o impasse se resolve nas próximas duas semanas, ou não haverá mais tempo nem para remendar a instalação do aparato de Tecnologia da Informação.

É grave a crise.

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ZERO HORA - Relação desgastada07/04/2014 | 11h50

Interdição na Arena Corinthians põe em risco abertura da Copa

Com atrasos, estádio pode receber abertura do Mundial sem ter passado por eventos-teste.

O atraso nas obras da Arena Corinthians está deixando a relação entre Fifa e o clube paulista praticamente insustentável. Neste momento, é simplesmente impossível saber com precisão qual é a data de entrega do estádio. Parte do Itaquerão está interditada pelo Ministério do Trabalho, pois não houve cumprimento de exigências para maior segurança dos operários, principalmente em relação à rede de proteção coletiva, já que dois funcionários morreram durante as obras.

Uma nova inspeção está marcada para esta segunda-feira. Além disso, a questão das estruturas temporárias ainda não ficou clara. O Corinthians insiste que vai pagar, em conjunto com a Odebrecht, mas esta garantia é tratada com muita desconfiança pela Fifa, que vai aguardar até o limite. Se não houver solução, ela irá bancar e cobrar do clube depois.

Diante destes problemas, internamente a organização do Mundial trabalha agora com uma previsão de entrega entre 20 e 25 de maio. Se isto for confirmado, o evento teste oficial comandado pelo COL, previsto para 17 de maio, no jogo Corinthians x Figueirense, teria que ser adiado. O problema é que a abertura da Copa está marcada para 12 de junho, com Brasil x Croácia, e as possibilidades de teste estão ficando cada vez mais remotas.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, tem uma verdadeira obsessão por testar estádios antes das competições. A entidade necessita, por exemplo, verificar se todos os ingressos vendidos pela internet estão na localização certa dentro da Arena. Uma possibilidade é a realização de uma partida, com capacidade de público reduzida. O Corinthians mantém a ideia de receber o jogo contra o Flamengo, no dia 27 de abril, mesmo com o estádio inacabado. A última reunião entre Valcke e Andrés Sanchez, ex-presidente corintiano e responsável pelas obras do Itaquerão, terminou da pior maneira possível.

O encontro, no final de março, realizado na sede do COL, no Rio de Janeiro, teve que ser interrompido por causa de uma forte discussão. Na mesma semana, o secretário-geral disse que "acredita na Odebrecht" para que a obra fique pronta, sem citar o clube. Nos bastidores, Sanchez é considerado arrogante e prepotente. E na verdade ele não faz questão de ter boa relação com os organizadores da Copa, tanto é que em recentes entrevistas em São Paulo disse que Joseph Blatter, presidente da Fifa, "só fica em gabinete e jatinho, não conhece estádio". De qualquer maneira, com todos os ingressos vendidos para a abertura do Mundial, a possibilidade de troca de sede não é cogitada pela alta cúpula da entidade.

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Cresce o furto de fios

04/04/2014 08:54

Furto de fios de cobre cresceu 20% em São Paulo no ano passado

CÉSAR ROSATI - FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO 04/04/2014  03h15

A quantidade de fios de cobre furtados em São Paulo cresceu 20% entre 2012 e 2013. É o que mostra levantamento feito pelo Ilume (Departamento de Iluminação Pública) a pedido da Folha.

A quantidade de cabos furtados em 2013, 930 km, cobre a distância de ida e volta de São Paulo ao Rio. Em 2012, foram furtados 775 km de cabos.

Nos dois primeiros meses de 2014, foram furtados na capital 151 km de cabos da rede elétrica. Na madrugada de ontem, a Folha flagrou três homens furtando fios na esquina da rua Marquês de Itu com a Bento Freitas, no centro.

Isso representa, segundo o Ilume, um prejuízo mensal de R$ 1,5 milhão. O preço médio do fio de cobre é de R$ 2,78 o metro. Cada quilo de cobre puro chega a ser vendido por R$ 15 em São Paulo.

O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) apura esses casos.

O escrivão-chefe Eduardo Fernandes diz que a principal medida para combater esse crime é inibir a receptação.

"Estamos mapeando as regiões da Grande São Paulo com maior incidência de furtos de fios e locais de venda de sucatas. Vamos cadastrar esses comércios e verificar se eles atuam na legalidade", afirmou Fernandes.

 

 

1964

01/04/2014 21:37

Forças Armadas anunciam que vão investigar crimes na ditadura

Autoridades atendem apelo da Comissão Nacional da Verdade e abrirão sindicância para apurar mortes e torturas em dependências militares entre 1964 e 1985; arquivos dos centros de inteligência, contudo, não serão abertos

01 de abril de 2014 | 17h 35

 

Leonencio Nossa - O Estado de S. Paulo

Brasília - O ministro da Defesa, Celso Amorim, comunicou nesta terça-feira, 1º de abril, à Comissão Nacional da Verdade que as Forças Armadas aceitaram abrir sindicância para apurar mortes e torturas em dependências militares no tempo da ditadura (1964-1985). Não foi desta vez, porém, que Amorim respondeu ao apelo do grupo para abrir os arquivos dos centros de inteligência relativos às violações de direitos humanos no período do regime miliar.

Desde que foi criada em maio de 2012, a comissão tenta ter acesso aos documentos oficiais sobre os mortos pela ditadura, especialmente os fuzilados nas prisões do regime. No último dia 18 de fevereiro, a comissão decidiu mudar a estratégia e repartir com as Forças Armadas a responsabilidade por uma investigação fragilizada pela falta de documentos. O grupo, então, enviou pedido ao ministro Celso Amorim para que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica abrissem por conta própria sindicâncias para apurar o que ocorreu em suas unidades.

As sindicâncias e investigações internas abertas nos anos 1980 e 1990 pelas Forças Armadas para investigar crimes da ditadura resultaram em relatórios incompletos, que não apontavam autoria das mortes e torturas nem as condições em que guerrilheiros foram executados. Em 1993, a Marinha chegou a apresentar um relatório com dados sobre mortos na guerrilha do Araguaia, no começo dos anos 1970, no Sul do Pará.

As sindicâncias abertas agora pelas Forças Armadas se limitam aos crimes ocorridos em sete dependências militares no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais. Ficam de fora dessas investigações unidades já desativadas da região do Araguaia, no Pará, que serviram de prisão ou local de execução de 41 guerrilheiros comunistas. A guerrilha no Araguaia foi o movimento armado mais estruturado do período da ditadura. A investigação sobre as execuções dos seus integrantes pelo Exército não é uma prioridade da Comissão Nacional da Verdade.

 

 

Da série: Os aliados - São iguais, uns mais outros menos, mas todos iguais.

30/03/2014 18:04

No Vale do Ribeira, condutor desafia a morte na pior rodovia de SP

JULIANA COISSI
ENVIADA ESPECIAL A APIAÍ (SP)

30/03/2014 03h40

 

Encravada na região mais pobre do Estado, a SP-250 foge do "padrão paulista" de rodovias de qualidade.

A estrada tem buracos, curvas fechadas e nenhum acostamento, em meio à circulação de caminhões pesados de cimento e de madeira.

É, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, a pior do Estado, com o carimbo de "péssima".

Coincidência ou não, a rodovia administrada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) corta a região mais carente do Estado, o Vale do Ribeira, com 0,3% do PIB de SP.

A nota "péssima", a única no relatório da CNT no Estado, é resultado de uma combinação de pavimento esburacado e curvas acentuadas sem áreas de escape.

Há duas semanas, a Folha percorreu o trecho de 132 km entre Capão Bonito e Ribeira, o mais crítico da via.

Logo no início desse trajeto, um funcionário do DER (órgão do governo que administra as rodovias do Estado) avisa a reportagem sobre uma situação comum na estrada.

Acabara de ocorrer um acidente naquele dia chuvoso.

Na curva do km 272, com a frente destruída, estava o carro do representante comercial José Zimmermann, 57.

O outro veículo envolvido sumira. Mas só do alcance dos olhos: escondido no mato alto, o caminhão de João dos Santos, 51, estava caído no barranco, abaixo da pista, com as rodas para cima.

"Isso não é asfalto. Está mais liso do que não sei quê", disse o motorista do carro que derrapou e bateu de frente com o caminhão.

A SP-250 é rota de ambulâncias que deixam a região sul do Estado até Sorocaba.

Uma delas, que passa ao menos três vezes por semana pela estrada, é guiada por João Batista Fortes, 51.

Ele se lembra das queixas de um paciente com fratura no fêmur por causa dos buracos na pista. "Vim na terceira e quarta marchas, devagar, mas ele gritava de dor."

Percorrer a via, de fato, é sofrer com solavancos causados pelos buracos e com o mal-estar gerado por curvas que parecem nunca acabar.

O degrau da pista em alguns pontos chega a 15 cm. O mato alto cobre placas e ocupa o lugar daquilo que deveria ser um acostamento.

Na curva do km 249 há pedaços de para-choque espalhados. A barra metálica de proteção não existe mais: foi arrancada em um acidente.

"O km 249 é o rei dos acidentes. Os policiais até brincaram que precisa trazer um padre para benzer lá", diz João Bernardo de Lima, funcionário terceirizado do DER.

No trecho precário, houve 193 acidentes no ano passado e 11 pessoas morreram.

Copa NÃO uma ova!

26/03/2014 08:18

Uma boa razão, entre tantas, para torcer pelo Brasil não ganhar a próxima Copa do Mundo da FIFA.

Vão para o diabo que vos carregue!

'Se perdermos, vamos todos para o inferno', diz Marin

BERNARDO ITRI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

26/03/2014 03h27 - UOL

 

"Estamos no purgatório. Se ganharmos a Copa, vamos para o céu. Se perdermos, vamos todos para o inferno".

É assim que José Maria Marin, presidente da CBF, define o cenário que a seleção enfrentará na competição.

"Eu falei isso pro Felipão", emenda Marin, cartola que diz estar obcecado pela conquista do hexacampeonato.

A Copa será a primeira e última do cartola no comando da CBF. A eleição na entidade ocorre 16 de abril, e Marco Polo Del Nero, seu candidato, deve ser eleito –só assumirá o posto, porém, em 2015.

A Copa no Brasil, portanto, é a chance de Marin ser marcado na história do futebol nacional como o dirigente que levou a seleção à conquista do Mundial em sua casa, já que em 1950 o país perdeu a final para o Uruguai.

Por isso, o cartola considera que, se vencer, todos os protagonistas da seleção serão imortalizados.

Contudo, se perderem, terão de arcar com todos os danos, assim como acontece até hoje com a equipe que jogou em 1950.

Marin defende que todas as atenções do futebol nacional se voltem à seleção brasileira e à conquista da Copa.

"Temos os nossos campeonatos, mas este é um ano atípico. Temos todos que olhar para a Copa", afirma Marin.

Exemplo disso foi o que aconteceu na semana passada. Marin estava em Zurique, na Suíça, para reuniões na Fifa. No entanto, o cartola aproveitou sua viagem à Europa e marcou um encontro com o capitão da seleção, Thiago Silva, do Paris Saint-Germain.

Marin, então, pegou um avião e foi a Paris para saber como estão as expectativas dos jogadores para a Copa.

O encontro com o jogador serviu também para reforçar a importância que os jogadores devem dar à conquista do Mundial em seu país.

Desde que assumiu a CBF, em 2012, Marin defende que todos os jogadores do time se comprometam em defendê-lo. Prega, por exemplo, que todos os atletas saibam cantar o hino nacional para o entoarem nos momentos que antecedem os jogos.

Hoje, aliás, Marin estará na Granja Comary, em Teresópolis, local onde a seleção fará sua preparação para a Copa. O centro de treinamento foi reformado para receber a seleção e será reinaugurado.

 

 

 

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